quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Desdém.



Odeio-te de um ódio pequenino, de uma raiva comezinha, de um desprezo ensaiado. Quero-te longe, ali ao virar da esquina e nunca mais te ver. Salvo as horas que passar debruçada na janela, em bicos de pés, a prometer a mim mesma que não grito. Quero pôr-te com dono, num avião para o outro lado do hemisfério, sem bilhete de regresso. E fazer paciências em casa, em sobressalto, sempre que ouvir ranger as escadas.

Quero que partas de uma vez, malas e bagagens, sem olhares para trás.
E que me deixes uma pista, um mapa, um enigma por resolver, que me leve até ti todas as noites.